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TJPE conclui encontros da primeira turma de Grupos Reflexivos para Autores de Violência contra a Mulher

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) concluiu, nesta sexta-feira (13/6), a primeira turma do Programa Reconstruir, um programa de grupos reflexivos para homens autores de violência doméstica e familiar contra a mulher. Os oito encontros da primeira turma aconteceram no Fórum do Recife, na Ilha da Joana Bezerra, e contaram com a participação de 12 homens que cumpriam medida protetiva de urgência.

O programa, iniciado no dia 10 de março deste ano, é uma iniciativa da Coordenadoria Estadual da Mulher do TJPE e tem por objetivo desenvolver intervenções reflexivas e responsabilizantes junto aos homens autores de violência doméstica e familiar contra as mulheres, no âmbito da Lei Maria da Penha. 


 

A coordenadora Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar da Justiça Estadual, desembargadora Daisy Andrade Pereira, comenta que esse programa unifica práticas já existentes de projetos semelhantes desenvolvidos individualmente pelas varas de violência doméstica e familiar, aliada a observância da recomendação do Conselho Nacional de Justiça 124/22 e na ampliação e interiorização da prática em cada município do estado. “Com isso inauguramos mais uma forma de proteção da mulher, trabalhando a causa da violência e não apenas o seu efeito. O objetivo do programa é também desenvolver no autor da violência um novo comportamento eliminando a masculinidade tóxica. Considero a iniciativa relevante e acredito que a médio e longo prazo colheremos os frutos da redução da violência doméstica no estado de Pernambuco”, conta.

Para a assistente social Tatiana Creveiro, o grupo proporciona reflexões construtivas para o bem estar e faz esses homens reconsiderarem qualquer tentativa de infringir as medidas para algo ainda maior. “A gente tem a oportunidade de trabalhar temas e ir construindo com eles um repertório diferenciado nas relações. A ideia é poder perceber que o conflito sempre vai existir na vida da gente, mas a forma como a gente lida com esse conflito é que está diferencial. Então, eles poderão criar um repertório para ter relações mais saudáveis, não reincidir nas violências com essa companheira ou com outras que eles possam ter, que eles tenham relacionamentos mais tranquilos e que sejam, junto conosco, pessoas que possam trabalhar para a construção de um mundo sem violência contra as mulheres”, explica a servidora. 


 

A participação desses homens nos encontros é feita por meio de decisão judicial. Então, quando a mulher fez a denúncia e ela solicita medidas protetivas, a juíza pode colocar no rol das medidas a participação desses homens no grupo

Para um dos participantes, essa experiência foi muito construtiva para sua formação pessoal e social. “No primeiro momento eu achei complicado, achei que ia ser uma coisa chata, todo mundo calado, apreensivo e sem saber o que realmente tava acontecendo. Mas depois de acompanhar todas as aulas, inclusive não faltei nenhuma e não cheguei atrasado, pra mim foi uma experiência que eu vou levar pra vida, que foi muito construtiva, não só para situação de medida protetiva, mas sim para vida”, comenta. 

A próxima turma de participantes está prevista para começar os encontros no dia 8 de julho.

 

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Texto: Marcelo Dettogni | Ascom TJPE
Foto: Leandro Lima | Ascom TJPE