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Encontro Preparatório reúne 44 pretendentes à adoção no TJPE e revela histórias de esperança

Encontro Preparatório reuniu 44 pretendentes à adoção


O auditório da Coordenadoria da Infância e Juventude do TJPE, no bairro da Boa Vista, foi palco de um momento especial que transcende números e protocolos. O Encontro Preparatório de Pretendentes à Adoção reuniu 44 participantes que compartilham um sonho comum: formar ou ampliar suas famílias através do amor incondicional.

Sob a condução das tutoras Taciana Frazão e Eleni Munguba, ambas da Segunda Vara da Infância e Juventude da Capital, o encontro ganhou profundidade técnica e sensibilidade humana. A coordenadora técnica das equipes da 2ª vara, Ana Cláudia Souza, acompanhou cada momento, enquanto as experientes servidoras Carolina Albuquerque e Adriana Mendonça enriqueceram o debate com suas intervenções precisas.

"O Encontro de Pretendentes à Adoção tem uma importância fundamental na preparação das famílias que estão se habilitando para adotar através do SNA. É um momento de troca e aprofundamento dos conteúdos do universo adotivo", explica Taciana Frazão. Segundo ela, o evento acontece em média três vezes ao ano, representando a culminância do curso realizado pela plataforma EAD da Esmape. "No encontro, os candidatos conhecem a equipe da Vara e esclarecem as dúvidas relativas ao perfil e tempo de espera pela criança desejada e os requisitos legais exigidos à inscrição no SNA".

Thamiris e Joycy estão se habilitando para adoção no SNA

Entre os participantes, histórias tocantes revelam que o desejo de ser família não conhece idade nem formato. A terapeuta ABA Thamiris Medeiros, de 30 anos, e a supervisora administrativa Joycy Medeiros, de 28, chegaram até ali impulsionadas por uma experiência cinematográfica transformadora. Juntas há nove anos e casadas há cinco, elas sempre nutriram o sonho de aumentar a família. "Só tínhamos nós na sala do cinema assistindo ao filme 'Som da Esperança'. Inspirado em uma poderosa história real, o filme acompanha Donna e o Reverendo Martin, que convencem os membros de sua igreja a adotar crianças que estão no sistema de adoção. Essa película nos tocou profundamente", relata Thamiris, revelando como a arte pode despertar propósitos de vida.

O que se seguiu foi uma jornada de preparação intensa e consciente. "Frequentamos várias reuniões de grupo de apoio. Fomos ao GAAP de Paulista e Jaboatão, GEAD do Recife, e até simpósio sobre adoção feito na OAB. Participamos também de reuniões online sobre o tema", enumera Joycy, demonstrando como a informação se tornou alicerce para vencer medos e inseguranças iniciais.

O aprofundamento veio através da palestra sobre adoção interracial, ministrada pela assistente social Adriana Mendonça. "Esse curso foi muito enriquecedor", acrescenta o casal, que busca crianças entre 0 e 3 anos, sem preferência de cor ou sexo.

A diversidade de perfis no encontro comprova que o amor não tem cronograma. O vigilante patrimonial José Edson, de 57 anos, e Izoneide Miguel, de 62 anos, dona de um ateliê de costura, saíram radiantes da sede da Coordenadoria. A alegria contagiante do casal reafirma uma verdade simples: nunca é tarde para formar uma família.

Cada história presente no auditório da Boa Vista representa mais que estatísticas do Sistema Nacional de Adoção. São narrativas de esperança que se constroem com paciência, preparo e a certeza de que algumas das mais belas famílias do mundo nascem não do sangue, mas da escolha consciente de amar.


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Texto e fotos: Ana Paula Santos/CIJ