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TJPE promove diálogo com estudantes sobre violência de gênero em preparação à XIX Jornada Maria da Penha
Em preparação para a XIX Jornada Lei Maria da Penha, evento promovido anualmente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a Coordenadoria da Infância e Juventude (CIJ) do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), junto com a Coordenadoria da Família (Cefam), promoveram atividades itinerantes com a temática “Educar para proteger: Juventude pelo enfrentamento à violência contra a mulher”. A atividade teve como público-alvo os alunos da Escola Técnica Estadual Miguel Batista e da Escola Estadual Maria Amália. O evento aconteceu nos dias 4, 5 e 6 de agosto, na Escola Técnica Estadual (ETE) Miguel Batista, localizada no bairro da Macaxeira, no Recife.
A iniciativa buscou criar um espaço de diálogo e aprendizado, abordando as diversas formas de violência contra a mulher. O objetivo foi prevenir futuros casos por meio da conscientização, capacitando os jovens a reconhecer e combater esse tipo de agressão desde cedo.
A solenidade de abertura ocorreu na segunda-feira (4/8) com a presença do coordenador da CIJ, desembargador Élio Braz e do coordenador da Cefam, desembargador Humberto Vasconcelos; além de Rubiane Kreuz e Janaína Castilho, representantes do Gabinete da conselheira do CNJ, Renata Gil. Também fizeram parte das boas-vindas o secretário de Educação, Gilson José; a secretária executiva de Desenvolvimento da Educação, Ana Lúcia Barbosa; a secretária executiva de Gestão da Rede, Cassiana Lima; o gerente da Gerência Regional de Educação (GRE) Recife Norte, Iury Souza e o gestor da ETE Miguel Batista, Erik Francis.
Durante o momento, o desembargador Élio Braz sintetizou o objetivo da iniciativa. “A violência contra meninas e mulheres é uma violência simbólica. As pessoas praticam essa violência dentro de casa e não percebem. É preciso refletir para enxergar, e esse movimento de hoje é para isso, para que eles (os alunos) percebam o que é essa violência, onde ela está acontecendo, e quando. As micro violências são as mais perigosas, são as silenciosas que perpassam gerações de mãe para filha, para neta, e não se percebe, por falta de letramento, não há consciência crítica sobre a violência simbólica”, explicou.
Após a introdução, os alunos assistiram a uma palestra da grafiteira e educadora, Nathalia Ferreira, conhecida como Nathê. A artista falou sobre sua trajetória no mundo do hip-hop, e os desafios de desenvolver uma carreira em um ambiente de maioria masculina. “É muito mais difícil viver de uma arte de rua sendo mulher, a rua em si é um lugar mais perigoso para a mulher. Mas eu queria mostrar para eles (os alunos) que é possível e que existem novas formas de acessar a rua, não só por esse lugar do medo”, afirmou.
Os três dias de evento foram marcados pelas atividades itinerantes oferecidas para os alunos do Ensino Médio. Cada oficina apresentava temas diferentes e os alunos puderam se inscrever de acordo com sua preferência. Os diálogos abarcavam temas como: gênero, arte, representatividade, violência, machismo e igualdade.
O Cine Aprendiz, projeto sociocultural da Biblioteca do Centro Integrado da Criança e do Adolescente (CICA) do TJPE, realizou uma mostra do filme Vidas Partidas, que retrata um caso de violência doméstica, baseado na história de Maria da Penha. Uma das alunas da Escola Estadual Maria Amália, Laryssa, falou sobre a importância do filme para provocar um debate entre os alunos. “Antes eu não estava muito por dentro do tema, mas depois de assistir eu consegui formar uma opinião e acredito que ele dividiu opiniões. Achei muito interessante e gostei de saber mais sobre, principalmente por conhecer pessoas que passaram por coisas parecidas”.
Oficinas temáticas
Cine Aprendiz
Facilitadoras(es): Maria de Jesus Cavalcanti de Melo
Círculo de diálogo: Minha família - meu lugar no mundo
Facilitadoras(es): Alzilaine Gomes e Silvana Calábria
Círculo de diálogo: Pela minha tela, vale tudo?
Facilitadoras(es): Danielle Sátiro, Maria Teresa Sampaio e Kátia Assad
Racismo Ambiental
Facilitadoras(es): Luíza Barros e Ângelo Silva
Roda de conversa: Adolescência. justiça e população LGBTQIAPN+
Facilitadoras(es): Robernan Rodrigues de Almeida e Renata Pádua
Violência contra meninas e mulheres
Facilitadoras(es): Aldemeire do Rêgo Fernandes, Paula Targino, Valéria Santos, Santana Maria, Maria do Carmo e Ana Kelly
Círculo de diálogo: Direito à cidade - ir, vir, ocupar e pertencer
Facilitadoras(es): Kátia Assad e Silvana Calábria
Roda de conversa: Bullying e comunicação humanizada
Facilitadoras(es): Rubiane Kreuz (CNJ) e Janaína Castilho (CNJ)
O último dia do evento foi marcado pela palestra do juiz da Vara de Violência Doméstica e Familiar do Cabo de Santo Agostinho, Francisco Tojal, e da influenciadora Ianô Baldez, que falaram sobre a proteção dos direitos da mulher e sobre a quebra de preconceitos enraizados. O momento foi seguido pelo anúncio dos alunos que ganharam o concurso cultural, que serão premiados durante a abertura da XIX Jornada Lei Maria da Penha, nesta quinta-feira (7/8), na Escola Judicial de Pernambuco (Esmape).
O suporte técnico e operacional do evento ficou a cargo do Centro Especializado de Acolhimento às Vítimas de Crimes e Atos Infracionais (CEAVida), da Coordenadoria da Infância e Juventude, órgão que que fomenta a Política de Atenção e Apoio às Vítimas de Crimes e Atos Infracionais, cujo maior público de vítimas são meninas vítimas diretas de violência sexual e mulheres vítimas indiretas dessa violência praticada contra suas filhas.
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Texto: Victória Brito | Ascom TJPE
Fotos: Ali Oliveira | Inova Propaganda